A Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória que afeta 2% da população em geral, sendo duas vezes mais comum entre as mulheres.
A maioria das mulheres portadoras de artrite reumatóide consegue passar pelo período de gestação sem maiores contratempos, e a doença não parece afetar de qualquer maneira o desenvolvimento do bebê.
A bem da verdade, não é raro encontrar mulheres que relatam melhora dos sintomas da artrite durante a gravidez. Contudo, cerca de 30% das gestantes portadoras de artrite reumatóide apresenta doença mais ativa ou mais severa durante a gravidez, necessitando alterações no tratamento.
Além disso, alguns sintomas da gravidez, tais como náuseas e vômitos, podem interferir com a absorção dos medicamentos antirreumáticos, facilitando a ocorrência de surtos da doença.
Os principais sintomas que sugerem artrite reumatóide em atividade são rigidez matinal nas articulações e cansaço fácil.
Assim como ocorre fora da gravidez, as articulações mais afetadas são as pequenas articulações das mãos, os punhos, os ombros, o pescoço, os joelhos e os tornozelos
Os exames de sangue são os mesmos empregados em qualquer gravidez normal. Contudo, uma vez que a gravidez pode piorar a anemia típica da artrite reumatóide, é preciso manter uma boa vigilância neste sentido, com exames de sangue periódicos.
Também é importante realizar testes que detectar efeitos adversos relacionados aos medicamentos antirreumáticos.
Nenhuma das medicações utilizadas no tratamento da artrite reumatóide é completamente segura durante a gestação.
A decisão de utilizar um ou outro medicamento deve ser tomada após uma avaliação criteriosa dos riscos e benefícios.
Sempre que possível, a dor nas articulações deve ser controlada através de medidas não-medicamentosas, tais como compressas locais e repouso.
Durante o primeiro trimestre de gravidez, recomenda-se suspender a maioria das drogas antirreumáticas.
Os antiinflamatórios podem interferir com a implantação do embrião. Por este motivo, devem ser suspensos caso a mulher esteja pensando em engravidar.
Outros possíveis efeitos colaterais dos antiinflamatórios incluem aumento da hemorragia e do tempo de trabalho de parto.
Os antiinflamatórios também podem causar problemas no bebê, incluindo má-formações cardíacas, alterações no funcionamento dos rins e aumento do risco de hemorragias. Para evitar estas complicações, os antiinflamatórios devem ser suspensos pelo menos 6-8 semanas antes do parto.
Os corticosteróides são antiinflamatórios potentes e considerados relativamente seguros na gestação, desde que utilizados em doses baixas. Contudo, eles podem aumentar o risco de hipertensão, diabetes, osteoporose e parto precoce.
Se não houver jeito, os corticosteróides considerados menos arriscados na grávida incluem hidrocortisona, cortisona e prednisona, sempre na menor dose possível.
Devido ao risco de má-formações fetais e aborto, o metotrexate jamais deve ser utilizado em gestantes. O risco é ainda maior quando o medicamento é tomado no primeiro trimestre de gestação.
Uma vez que os resíduos de metotrexate possuem uma meia-vida longa no sangue, a droga deve ser suspensa pelo menos 3 meses antes da concepção, mantendo-se o uso de ácido fólico ao longo do restante da gravidez.
A azatioprina pode ser empregada se os benefícios forem maiores que os riscos. Esta droga não parece aumentar o risco de má-formações, mas alguns estudos sugerem que a azatioprina pode resultar em bebês de baixo peso para a idade gestacional, retardo no desenvolvimento intra-uterino e parto prematuro.
Sim. Estudos realizados em gestantes com Doença Inflamatória Intestinal mostraram que a sulfassalazina não está associada a problemas com o feto.
Apesar da hidroxicloroquina atravessar a barreira placentária, não foram encontrados sinais de toxicidade fetal em doses terapêuticas. Ainda assim, existe o risco da droga provocar alterações na retina do bebê. Se possível, até mesmo por segurança, a droga pode ser suspensa nas gestantes com artrite reumatóide sob controle.
Após o parto, as pacientes devem continuar seu acompanhamento devido ao maior risco de crises. Mulheres em uso de azatioprina, metotrexate, ciclofosfamida ou ciclosporina não devem amamentar.
A sulfassalazina e a hidroxicloroquina também são secretadas no leite materno e, por este motivo, devem ser utilizadas com cautela.
Os antiinflamatórios podem aumentar o risco de icterícia neonatal.
Em doses de até 40 mg/dia, a prednisona é considerada segura.
Copyright © 2009 Bibliomed, Inc. http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=5270&ReturnCatID=1777 | 16 de fevereiro de 2009 |
achei muito interessante
ResponderExcluirsou portadora de artrite e quero muito engravidar